domingo, 23 de fevereiro de 2014


                            A voz da lira

                   De tudo quanto o ser humano tece
com maior ou menor categoria
unicamente a voz da poesia
para além dos milénios permanece.

Tudo o mais passa, tudo o tempo gasta,
nada perdura indefinidamente:
por mais tenaz que se seja ou resistente,
tudo em pó se desfaz ou se desgasta.

Vão-se os impérios, Tróia sucumbiu
e em cada hora que bate sai de cena
uma estrela no céu, que extinguiu.

Por Homero, porém, metrificada,
a deslumbrante e disputada Helena
                 ainda hoje não deixou de ser falada!


         João de Castro Nunes

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