sábado, 22 de setembro de 2012


                Nada mais!


                  Se alguém por piedade resolver
                   na minha campa pôr algum letreiro,
                   não deverá fazê-lo sem primeiro
                   minha última vontade conhecer.


                   Nada de encómios, nada de elogios,
                   vaidade das vaidades, para quê?,
                   perante a morte, façam-me a mercê                                  
                  de não me carregarem de atavios.


Com um pai-nosso e uma ave-maria
em duplicado, o que melhor seria,
para abranger minha mulher também,


mandem tão-só gravar esta inscrição
em caractéres… que se leiam bem:
“Amou e foi amado… com paixão”.


          João de Castro Nunes


                                     


                   

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