A víbora
Damião de Góis, em Pádua, no seu lar,
dispôs-se a instalar, como visita,
Simão
Rodrigues, padre jesuíta,
que lenha vai juntar para o queimar.
Com ele se abre, como em confissão,
em graves, melindrosas confidências
sem suspeitar que as suas dissidências
vasculharia um dia a Inquisição.
De nada lhe valeu ser cristão-velho;
pelo contrário, apenas lhe agravou
a pena com um traço mais vermelho.
Teve de carregar a sua cruz
devido ao “companheiro de Jesus”
que por inveja ou zelo o delatou!
João de
Castro Nunes
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