terça-feira, 14 de agosto de 2012


                                Verde e água                                              


                   Eram de verde e água os olhos teus,
                   meigos e ternos, muito maternais;
                   como os teus olhos nunca os houve iguais
                   e vão causar espanto… lá nos céus.


Por isso, meu amor, quando morreste
e foste ao pé dos anjos residir,
fiquei privado de te ver sorrir
do jeito doce que jamais perdeste.


Mas esses olhos cor de verde e água,
que me causaram esta funda mágoa,
a serem meus hão-de voltar na morte.


Deus queira que não tarde esse momento,
pois já me vou sentindo ciumento
dos anjos que te estão fazendo a corte!


                            João de Castro Nunes

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