Verde
e água
Eram de verde e água os olhos
teus,
meigos e ternos, muito
maternais;
como os teus olhos nunca os
houve iguais
e vão causar espanto… lá nos
céus.
Por isso, meu amor, quando morreste
e foste ao pé dos anjos residir,
fiquei privado de te ver sorrir
do jeito doce que jamais perdeste.
Mas esses olhos cor de verde e água,
que me causaram esta funda mágoa,
a serem meus hão-de voltar na morte.
Deus queira que não tarde esse momento,
pois já me vou sentindo ciumento
dos anjos que te estão fazendo a corte!
João de Castro Nunes
O tom celeste cintila na saudade.
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