Beber com
sede
De Darío se conta, o rei dos Persas,
que fugindo a Alexandre, que o vencera,
com as restantes forças já dispersas
foi ter a um rio, em que se retempera.
Estava o leito do citado rio
repleto de cadáveres nojentos,
o que lhe provocou certo arrepio
ao ver aqueles corpos fedorentos.
Ia morto de sede e, num rompante,
bebeu dessa água suja e repelente
até se saciar… sofregamente.
É que, conforme o próprio comentou,
nunca na corte, enquanto ele reinou,
o deixaram ter sede… um só instante!
João
de Castro Nunes
O desprezo concebe outro.
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