Penoso dom
Os deuses foram pródigos
comigo
concedendo-me o dom da Poesia,
que não deixa aliás de ser castigo
que a alma me tortura e me angustia.
É que não se é Poeta impunemente,
não se cultivam rosas sem espinhos,
não se descobre um novo continente
sem palmilhar incógnitos caminhos.
Para atingir o cume das montanhas
há que de rocha em rocha, encosta acima,
trepar pelas veredas mais estranhas.
As propensões de que o Poeta goza
são dádiva dos deuses, cuja estima
acaba por lhes ser… dura e penosa!
João
de Castro Nunes
Sem comentários:
Enviar um comentário