Incólume
Octogenária já, continuavas
a ser bonita de alma e de feições
como acontece com as rosas bravas
que por abrir conservam seus botões.
Iam por ti passando, ano após ano,
os efeitos do tempo, sem no entanto
visivelmente
te causarem dano,
pois não perdeste nunca o teu encanto.
Quando a morte chegou para levar-te,
eras tão bela como quando um dia
optaste pela minha companhia.
Posso afirmar, amor, sem que me farte,
que ao longo de seis décadas vivi
em pleno paraíso… ao pé de ti!
João
de Castro Nunes
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