Era
monolítica
No mundo monolítico de agora
sente-se o homem só, desnorteado,
sem rumo certo, desvalorizado,
fruto de uma anomia que o devora.
Em cada madrugada, em cada aurora,
é sempre a mesma coisa, o mesmo enfado
que se exacerba pelo dia fora
e atinge à noite o grau mais elevado.
Num meio social de baixo nível,
sem crenças, ideais, motivações,
sente-se o ser humano desprezível.
Drama maior que a terra poluída
e a progressiva falta de comida
é a solidão perante as multidões!
João
de Castro Nunes
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