sexta-feira, 8 de junho de 2012




                       Varrer a casa

                      “Somos um povo que se repete”
                                                 Torga

                  Um povo que se repete
                   ao fim de quase um milénio
                   é um povo que promete
                   fazer valer o seu génio.


                   Repetir-se é ter memória,
                   é ter personalidade
                   para afirmar-se na história
                   com sua mentalidade.


                   O que importa é na hora exacta,
                   como tantas vezes fez,
                   erguer a grimpa e à batata

                   escorraçar do poder
                   quem por mera estupidez
                   tão mal o soube exercer!


                       João de Castro Nunes

7 comentários:

  1. Repetir-se é gaguejar o infinito
    Perder o mesmo sítio uma e outra vez
    Papaguear-se papagueando em som aflito
    A fala de uma língua nascida da gaguez

    Abrir, picar, rodar no bico circular
    Fechar a circunferência em plié de compasso
    Pés de bailarina riscando no espaço
    A roda do lenço que Isadora irá usar

    Pois que tudo é simples memória repetida
    Génio é só aquele que se lembra melhor
    Do gago tempo em que a morte se faz vida

    Convulsão eterna sem nada para esperar
    Sobrevive o lenço como um mecânico motor
    Da roda que gira presa ao mesmo esvoaçar…


    (Consegue varrer melhor? Reconheça Mestre...)

    ResponderEliminar
  2. Enquanto o seu cavaquinho
    estiver... desafinado,
    converse com seu vizinho
    pondo os poemas de lado!

    JCN

    ResponderEliminar
  3. Mestre afinado do soneto intemporal,
    Vejo que a idade não lhe fez perder a pena!
    Mas ficava-lhe bem reconhecer que afinal,
    Em matéria de soneto, passo-lhe a perna!

    Ah! Ah!

    ResponderEliminar
  4. A perna ninguém me passa,
    pode ter disso a certeza,
    muito embora reconheça
    que não deixa de ter graça!

    JCN

    ResponderEliminar
  5. Como é bela intenção a lição!
    Um sorriso, um abraço ao colibri JCN.

    ResponderEliminar
  6. Ó vozinho, quem é a Cláudia?

    ResponderEliminar
  7. Nunca me foi apresentada, F.W: conheço-a das páginas do "De rerum natura" e, mais recentemente, do "Cavaleiro solitário". Isso me basta, F.W.! JCN

    ResponderEliminar