quinta-feira, 7 de junho de 2012


                           Sonhar não custa


De ser poeta, sim, mas de verdade,
                   poeta do princípio até ao fim,
                   poeta dos poetas, era assim
                   que eu quereria ter a faculdade:


                   poeta a fundo, ou seja, por inteiro
                   desde a cabeça aos pés sem restrição
                   de qualquer órgão como o coração,
                   ou desde logo o espírito primeiro.


                   Ser o maior, acima de Camões,
                   andar na boca das populações,
                   ser lido… nas escolas do país.


                   Sonhar não custa, como o povo diz,
                   difícil… é fazer das ilusões
                   o que provavelmente Deus não quis!


                               João de Castro Nunes


                   

5 comentários:

  1. Deus não quer nem deixa de querer…
    Deus é do poeta a suprema invenção
    Porque só num poeta é possível crescer
    O ventre divino da eterna criação.

    Porque só um poeta compreende a questão
    Do Ser ou Não Ser e veloz passa além…
    Porque a mão com que escreve é só coração
    E não reconhece nem Pai nem Mãe!

    E em si se encerra e de si se expande,
    Criança sublime de alma tão grande
    Criando o mundo que vai e que vem…

    …Que vem e que vai o mundo em baloiço
    Que empurro para cima sempre que oiço
    Deus a chamar-me poeta também…


    (Bem tenta, mas melhor não faz, não é Mestre?)

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  2. Adoro os seus comentários
    sempre de grande mestria,
    não sendo nunca ordinários
    na sua...filosofia!

    JCN

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  3. Exmo João de Castro Nunes,
    Homem de grande sabedoria!
    Que os seus olhos não fiquem impunes
    Aos calhamaços da filosofia!

    :)

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  4. Para escrever poesia
    de ler muito não preciso:
    mais do que sabedoria,
    necessito de ter siso!

    JCN

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  5. Enfim saberia-lhe que tal instrumento
    também desconheço, nem oiço cá dentro
    pois a tremonha do espanto é quanto,
    que pinta tam feio, o manto no quadro.

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