A minha deusa-mãe
Tenho uma deusa-mãe de terracota,
pela mão de Picasso rubricada,
que apesar de não ser de era remota
não trocaria, amigos meus, por nada!
Valor arqueológico não tem,
é coisa que está fora de questão,
mas da sua beleza estou refém,
como a jóia da minha colecção.
Por dinheiro nenhum me desfazia
da sua posse, pois a considero
seguramente de maior valia
que todas quantas, por quaisquer razões,
se encontram nos museus, vos assevero,
das mais remotas… civilizações!
João de Castro Nunes
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