Tesouro meu
Não te fartavas nunca de dizer,
sem que aliás to tenha perguntado,
que vez alguma, poderia crer,
em tua vida havias namorado.
Houve quem te escrevesse como eu,
mas posso dar eu próprio testemunho
de que ninguém em troca recebeu
uma letra que fosse do teu punho.
O amor sem paralelo que me deste,
frisavas tu com cálida insistência,
não só fora
o primeiro... que tiveste
em toda a tua casta adolescência,
como o único também que conheceste
enquanto decorreu tua existência.
João de Castro Nunes
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