“Não vou por aí”
Se a metáfora fosse só por si
a própria poesia, desde logo
com base neste género de jogo,
poetas não faltavam por aí!
Quantas coisas se dizem sem sentido:
cabelos de água, espelhos de cetim,
rosas de neve e sonhos de marfim,
a criação do mundo… em diferido!
De olhos em bico os críticos diriam:
versos desta craveira mereciam
ser postos em redoma ou cristaleira!
Os meus, porém, não são desta maneira:
são de índole diversa, tendo em vista
a limpidez… do espírito humanista!
João de
Castro Nunes
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