“Beija-me,
Lésbia!”
(Carme
catuliano)
Deixa que falem, Lésbia, os
rezingões,
os velhos moralistas deprimidos,
e dá-me beijos mil sem restrições,
de minuto em minuto repetidos!
Aos mil junta dezenas de milhões,
por mim sofregamente recebidos,
não te importando as recriminações
dos jovens… porventura preteridos!
Baralha as contas, Lésbia, e recomeça
com todo o teu fervor a operação
de me beijar… até que eu desfaleça!
Doce é morrer sob o calor dos beijos
que sem contar, acima do milhão,
da tua boca abrandam meus desejos!
João de Castro Nunes
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