quarta-feira, 28 de março de 2012


                                   Memórias                                                


                   Quando tu pões num fio d’ouro ao peito
                   essas velhas medalhas militares,
                   que são recordações familiares,
                   enternecido as olho com respeito.


                   Esta dourada, aquela com defeito
                   de bala de canhão, se reparares,
                   luziram já por entre os alamares
                   de um bravo marechal, todo direito.


                   Usa-as agora tu, já que eu não posso:
                   trá-las ao peito, como num altar,
                   e Deus permita, esposa, que algum dia


                  elas venham de novo a ter lugar,
                   com garbo, pundonor e galhardia,
                   na farda militar… de um neto nosso!


                              João de Castro Nunes

2 comentários:

  1. Honra é feito promessa, qual laço de sangue em nome do amor cumpre o destino.

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  2. As suas filigranas de expressão,
    subtis de forma e ricas de talento,
    dão-me a volta, Senhora, ao sentimento
    estimulando a minha inspiração!

    JCN

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