quarta-feira, 28 de março de 2012


                                  Mea culpa!


                   Meu grande mal, que aliás não tem perdão,
                   o meu maior pecado foi por certo
                   as mais das vezes  não te ter aberto
                   de par em par, Senhor, meu coração.


                   Não te prestando a mínima atenção,
                   fora as ocasiões de grave aperto,
                   lamento, agora, sem já ter conserto,
                   a nossa ausência de conversação.


                   A pretexto, Senhor, de me ocupar
                   das pequeninas coisas da existência
                   eu fui-te pondo em último lugar.


                   Meu erro foi, já desde a adolescência,
                   abster-me de contigo conversar
                   com mais assiduidade e frequência!


                               João de Castro Nunes
                   

2 comentários:

  1. Ainda bem que reconheces... Senhor...

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  2. Em verso, pelo menos, Senhora! De resto, para fingidor, acho que o Pessoa(s) foi suficiente, ocultando-se atrás dos heterónimos, cada qual mais copofónico. JCN

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