Fumo sem lume
Sonhei-me dono de um império imenso,
de mil Índias formado, que alcançava
uma extensão que a volta ao mundo dava,
nunca lhe havendo conhecido o censo.
Falava toda a gente português
unificadamente, um idioma
que procedente do latim de Roma
conserva ainda a sua limpidez.
Qual D. Sebastião ressuscitado,
quis implantar a civilização
do meu país numa única nação.
Um sonho terá sido, obsessionado
por esse enfabulado Quinto Império,
que muita boa gente leva a sério!
João de
Castro Nunes
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