terça-feira, 27 de março de 2012


                                   Entre velharias


                            De cada aldeia rústica de Góis
                  tenho recordações em minha casa
                  desde uma corda de prender os bois
                  a um velho espeto de atiçar a brasa:


                   terrinas e travessas populares,
                   malgas de barro para o caldo verde,
                   pratos com gatos, fundos alguidares,
                   uma riqueza… que por lá se perde!


                   Trabalho à luz de torto candeeiro
                   no Tarrastal comprado, quando ainda
                   era o escudo a forma do dinheiro.


                   Ainda bem que a estas velharias,
                   culturalmente postas na berlinda,
                   se está dando valor em nossos dias!


                            João de Castro Nunes


                  


                   

3 comentários:

  1. O tempo assimila as formas, a dedicação fora a oração.

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  2. O tempo da compreensão assimila formas: o barro e a criatura.
    O barro detém na forma a liga, o tempo é a forma do vaso, está para que seja humano, pois só a compreensão transforma. Compreender equivale a aquecer. Aquecer a lembrança é versar, torná-las possíveis enquanto humanas pela essência que equivale-se; conhecer-se é conhecer ao outro.

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