Liras e harpas, cítaras, tocade
sob os meus dedos como aconteceu
quando sob o efeito da saudade
voz fez vibrar o destroçado Orfeu!
Acompanhade a minha imensa dor
plangentemente como quando o vate
perdeu a sua Eurídice ao transpor
a porta de marfim do seu resgate!
Que ao som do vosso toque, percutidas,
ninguém fique insensível à paixão
que me comove e abrasa o coração!
Que as feras e as pedras dos caminhos
e as aves de rapina nos seus ninhos
ouvindo-vos se mostrem compungidas!
João de Castro Nunes
Sem comentários:
Enviar um comentário