Os meus brasões rasguei, meus pergaminhos,
vendi a minha casa, o meu solar,
deixei-me de armaduras e de arminhos,
passando a ser um cidadão vulgar.
Os pés feri nas pedras dos caminhos
e calejei as mãos a trabalhar,
dei conta de sorrisos escarninhos
por já não ter cartão de titular.
Pura ilusão! agora mais que nunca,
ainda que a viver numa espelunca,
arrasto nos salões mantos de conde.
Em paz com Deus, em paz com toda a gente,
sinto-me rei na pele de regente
não sei concretamente… quando ou onde!
João de Castro Nunes
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