Para Ingmar Bergman
no dia do seu falecimento.
Sentámo-nos um dia frente a frente
perante um tabuleiro de xadrez,
olhos nos olhos, confiadamente,
a Morte e eu, jogando vez à vez.
De lance em lance, sem pestanejar,
eu disputava à Morte, em paridade,
o compromisso de corroborar
as minhas pretensões à eternidade.
Da minha parte eu me comprometia
a legar-lhe o meu ser acompanhado
de tudo… quanto a ele pertencia.
Foi jogo limpo, sem ardis, leal:
depois de horas a fio disputado,
dei xeque-mate à Morte… no final!
João de Castro Nunes
30 de Julho de 2007.
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