sábado, 21 de janeiro de 2012

O dom de rir

Minha mulher a tudo achava graça:
como criança de alma ainda pura,
em todo o sítio ou em qualquer altura,
de tudo ria, menos da desgraça.

Eram faladas suas gargalhadas
que, atravessando portas e janelas,
faziam ressonância nas estrelas
e eram pelos anjos escutadas!

Se em vez de ser católico romano
eu fosse apenas um pagão profano,
sabeis o que diria a esse respeito?

Que o dom de rir assim, de peito feito
e alma sã, sem ânimo de ofensa,
era dos deuses… uma graça imensa!

João de Castro Nunes

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