sábado, 28 de janeiro de 2012

Noites citadinas com
Vergílio Ferreira
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À noite, as nossas vilas e cidades
são taciturnas como um cemitério,
envolvendo-as a todas um mistério
que lhes advém do fundo das idades.

É mais ou menos isto que pretende
dizer na sua prosa depurada
o autor beirão da aldeia que arruinada
aos pés da serra hermínica se estende.

Tudo à noite nos fala de um passado
que no tempo parou, mas de algum modo
dentro de nós perdura humanizado.

Ah! quem pudesse desvendar de todo
a alma das terras quando à noite as vemos
e suas ruas mortas percorremos!

João de Castro Nunes

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