sábado, 28 de janeiro de 2012

Como veludo de casula

A minha Poesia não é fogo
que abrasa e queima como a de Camões,
não tem a violência dos vulcões
nem o fulgor dos astros… desde logo.

Não tem do sol a chama abrasadora
que a pele nos bronzeia à beira-mar,
não tem a força do calor da aurora
em dias de verão canicular.

A minha Poesia é de veludo
de seda italiana, quinhentista,
suave ao tacto, deleitando a vista.

Tem dos teus olhos, meu amor, a cor
e do sorriso teu, mais do que tudo,
a cândida expressão do teu pudor!

João de Castro Nunes

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