quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Rumor de búzios

Do mar tenho nas veias o sabor
acidulado e acre, o paladar
das algas e corais, cujo amargor
eu sinto no meu sangue circular.

Vive entranhado desde o berço em mim
o penetrante odor da maresia
que a par do verde aroma do alecrim
impregna toda a minha poesia.

Continuamente tenho nos ouvidos
o som do mar dos galeões perdidos,
como um rumor de búzios persistente.

Por herança talvez de algum parente,
um só momento não me sai da ideia
este eco de oceânica odisseia!

João de Castro Nunes

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