Senhor! ai se eu soubesse em minha lira
dizer-te o que me vai no interior,
naturalmente, como quem respira,
sem ter de estar meus versos a compor;
ai se eu pudesse abrir-te o coração
em frases de cadências musicais,
exactamente como as tuas são,
fluentes, espontâneas, naturais;
só que eu, Senhor, temendo destoar
do modo que tu tens de te expressar,
há tanta coisa em mim que te não digo...
Se eu soubesse falar à tua moda.
havia de passar a vida toda
horas a fio a conversar contigo!
João de Castro Nunes
"A poesia passou mesmo por aqui" - Amândio Galvão
ResponderEliminarArrepia tanta beleza poética e verdadeira...
ResponderEliminarSoubera-te do sacrifício, ser homem edifício!
ResponderEliminarTuas pedras amealhas, juntadas de encalço,
és lira, por tanger do divino acto, é facto?!
Vigora-te poeta, a par do humilde armistício.